domingo, 4 de novembro de 2007

Perfeitamente equilibrado...

Um tema constante em minha vida ultimamente é a mudança. Tudo em minha volta fala sobre isso nos últimos meses. E eu comecei a pensar. Mudanças acontecem a todo tempo e com todas as pessoas. Tudo muda o tempo todo...parece até aquela música do Lulu Santos. Mas se a mudança é tão comum, porque temos tanto medo???

Claro que nem sempre as mudanças são ruins. Mas ouvi uma frase em uma de minhas aulas que meio que responde à pergunta anterior: 'toda mudança efetiva, dói!' E dói mesmo. Por exemplo, quando mudamos de casa. Mudamos por opção, porque procuramos um lugar melhor. Mas mesmo assim, dói. Dói porque deixamos milhares de lembranças em alguns m², dói porque deixamos aquela árvorzinha que plantamos quando éramos criança, dói porque nunca mais vamos ver aquela vizinha chata. Ou quando as pessoas planejam ter filhos. Dói também. Dói porque se perde aquela vida de casal com mordomias e mimos exclusivos, porque aquele programa com os amigos no barzinho sábado a noite não vai mais acontecer.

Mas as mudanças não planejadas são as que nos machucam de verdade. A perda de alguém especial. Dói, mas dói demais. Dói dentro, fundo, queima. Dói em silêncio. Pessoas que vão morar em outras cidades, dói. Dói por não tê-las alí, o tempo todo, como antes. Amigos que se separam, dói. Encarar que aquela grande amizade não era tão grande, dói. Toda mudança efetiva dói. Grande frase....grande e assustadora...porque mudar, apesar de natural, não está em nossas mãos...podemos optar por nos adaptarmos de uma melhor maneira à mudança, ou não. Mas só. Não cabe a nós escolher que tipo de mudança iremos passar. Se fosse assim, era bom. Ninguém mais se ferrava no mundo. Mas é como aquela música do Paralamas..."Eu quis querer o que o vento não leva, prá que o vento só levasse o que eu não quero. Eu quis amar o que o tempo não muda, prá que quem eu amo não mudasse nunca. Eu quis prever o futuro, consertar o passado, calculando os riscos, bem devagar, ponderado. Perfeitamente equilibrado. Até que num dia qualquer, eu vi que alguma coisa mudara. Trocaram os nomes das ruas e as pessoas tinham outras caras. No céu havia nove luas e nunca mais encontrei minha casa"...

Não adianta....a nossa única opção é aceitar a mudança e esperar pela próxima...ou um dia, ficaremos sem nossas casas...